Filme cínico e bem-humorado que retrata o cotidiano de jovens de familias de classe média proletária, viciados em heróina na cidade de Edimburgo, Escócia. Trainspotting (que significa mais ou menos “matar o tempo vendo trens passarem”, atividade que viciados em heroína na Escócia se dedicam a fazer enquanto curtem o barato da droga) trata, de modo realista, do cotidiano de viciados em droga pesadas: das viagens alucinógenas que “parecem mil orgasmos” à inadaptação social; da dor física provocada pela dependência à morte banal (o filme contém cenas degradantes, como, por exemplo, Renton mergulhando em uma privada imunda para encontrar um supositório de heroína ou Spud acordando de ressaca em meio a uma poça de cocô). Ranton (Ewan McGregor) é o jovem viciado que decide largar o vicio. Mas até abandonar o cotidiano de drogado, enfrenta situações degradantes. Os viciados da gang de Ranton são pessoas amorais e egoístas. Entretanto, o filme mostra também que eles se compreendem. Transpotting utiliza linguagem pop (visual clip music embalado, por exemplo, ao som da “Perfect Day”, a canção do trovador da heroína, Lou Reed) para expor com sutileza e humor a barbárie pessoal dos viciados de droga pesada. Logo na abertura, salientemos o discurso de Ranton que expõe, de forma aguda, a falta de uma vida plena de sentido nas sociedade capitalistas avançadas. Diz ele: “Escolha viver. Escolha um emprego. Escolha uma carreira, uma família. Escolha uma televisão enorme. Escolha lavadora, carro, CD Player e abridor de latas elétrico. Escolha saúde, colesterol baixo e plano dentário. Escolha viver. Mas por que eu iria querer isso? Escolhi não viver. Escolhi outra coisa. Os motivos? Não há motivos. Quem precisa de motivos quando tem heroína?”.
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